quarta-feira, 17 de setembro de 2014

SEXO E AS NEGAS



Estreou hoje a nova série da Rede Globo, escrita por Miguel Falabella, Sexo e as Negas.

Assim que vi a primeira chamada na Globo, antes mesmo que eu ouvisse um só comentário sobre a série, associei imediatamente a série Sex And The City, da qual sou fã e tenho o combo com todos os episódios e os dois filmes.  

Pra quem acompanhou a série americana, ficou claro que a série brasileira é uma releitura, de lados
sociais opostos, do que foi, e ainda é, um sucesso nos EUA; mesmo depois de 16 anos de estreia.
Eu não me canso de rever Sex And The City e de fazer comparações com minha vida amorosa, com minhas amigas e com todo o contexto social que a série aborda; ou seja, quatro mulheres brancas, bem sucedidas, que adoram moda e sexo.  

Foi então eu vi Falabella em uma entrevista para o Vídeo Show, dizendo que sua inspiração era voltada ara a série americana, e que os problemas sociais implícitos e explícitos estavam ali porque fazem parte do dia a dia, mas que seu foco era, justamente, a busca dessas mulheres pelo homem ideal. Bingo!

Ao analisar o primeiro episódio de Sexo e as Negas, percebi nitidamente diversos elementos de Sexy And The City em todo contexto, a começar pelos depoimentos dos atores voltados direto para a câmera. A produção espalhafatosa (com um toque retrô no figurino) das protagonistas também está interligada com o culto a vaidade da série americana...


O nome (MARCA) de ‘Sexo e as Negas’ lembra a logo dos filmes 1 e 2 estadunidense...



Um dos personagens da série brasileira chama-se ‘Big’ tal como o esposo da personagem Carrie...



‘Soraia’ é o nome de uma das personagens de Sexo e as Negas, fazendo alusão à personagem ‘Samantha'...


As protagonistas americanas se divertem nas boates, as brasileiras no baile...


E dentre tantas outras semelhanças, destaca-se o SEXO, como protagonista maior, tal como a série americana onde as quatro amigas conversam abertamente sobre o tema de uma forma muito natural, aparecendo seminuas (ou completamente nuas) em quase todos os episódios.


Em Sex And The City as protagonistas não cantam (muito embora no filme 2 elas se apresentem em um karaokê), mas sofrem do complexo de Divas. Não sei, mas eu vejo os sonhos das nossas protagonistas brasileiras associados à Diva negra Beyonce, que também é linda, apela da sensualidade e fala de amores e sexo em suas letras.

Sexo e as Negas

Beyonce

Sex And The City
Já era previsto que uma série com este contexto escancarado, no Brasil, geraria polêmicas, como se aqui as mulheres só falassem de sexo e andassem seminuas (ou completamente nuas) apenas no carnaval. Acredito que o problema da série brasileira não está relacionado somente ao fato da sexualidade ou da cor da pele das protagonistas, e sim em uma marca histórica que os negros brasileiros ainda não superaram.

A série 'branca' dos EUA, protagonizada por mulheres bem sucedidas e fogosas não foi vista como racismo pelos brancos, e nem pelos negros. Mas a série brasileira oriunda do mesmo contexto foi. Por quê será?


A sensação que eu tenho é de que os negros não gostam de serem vistos retratados em seu ambiente natural. Parece uma ofensa o relato de suas dificuldades, que não deveriam ser tão dolorosas, mas são.

Eu trabalho com moda e comportamento há 16 anos, e coincidentemente uma das minhas maiores experiências profissionais foi quando atuei na Ação Comunitária de Cordovil, Cidade Alta - Rio de Janeiro. Eu era gerente de produção de uma marca de moda dentro de uma comunidade que muitos denominavam violenta, focados em uma minoria, mas que eu denominava como cercada de amor, porque lá eu conheci pessoas de corações gigantescos e sonhos tão grandes quanto. Em Cordovil eu passei quase um ano ensinando moda e aprendendo o que é ter esperança, perseverança, determinação, amizade, companheirismo, comprometimento... De lá eu vi sair uma estrela que começou a brilhar nas ruas de Cidade Alta, passando pelas passarelas do Fashion Rio e estampando as páginas da revista Vouge. Lá eu vi moda, arte, comunidade e não sociedade.

Não tem como eu assistir ‘Sexo e as Negas’ e não relembrar as histórias que minhas alunas contavam. Também não consigo separar a realidade social de ‘Sex And The City’ da realidade de social de ‘Sexo e As Negas’. São todas mulheres, enfrentado suas dificuldades. Ninguém é 100% feliz ou realizado. Todo mundo está sempre buscando um complemento.

Na posição de produtora audiovisual, de pesquisadora comportamental e de brasileira mestiça, eu não consigo enxergar RACISMO na série brasileira negra, como também não enxergo na série estadunidense branca. O que eu vejo, nitidamente, é uma sociedade fazendo uso de uma ferramenta digital poderosa para chamar atenção para causas sociais a benefício próprio, ou seja, buscando os seus 15 minutos de fama fazendo estardalhaços nas redes sociais.

Será que estas mulheres negras que vêm postando selfies com cartazes contra a série ‘Sexo e as Negas’ recusariam um convite da Globo para serem protagonistas desta mesma série após compararem o enredo com Sexy And The City?

Eu não sei elas, mas eu não recusaria. Portanto, irei continuar acompanhando "Sexo and The City e as Negas" ;)
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