C@ros leitores,
Ontem eu estava assistindo o 'Repórter Record' (na emissora que leva o mesmo nome) onde o tema em debate era 'Os Aeroportos Brasileiros'. Sendo assim, me senti instigada a relatar algumas experiências que tenho vivido ultimamente em relação a este assunto, devido das viagens que tenho feito por todo território brasileiro.
Tenho pensado muito em como os nossos aeroportos vão suportar a demanda de nós brasileiros, e de tantos milhões de turistas que por aqui estiverem nos momentos dos nossos, tão esperados, eventos esportivos, ou seja, a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Fala-se de milhões e milhões de investimentos, mas por enquanto, faltam bons resultados.
Eu viajo praticamente toda semana devido às necessidades do meu trabalho, e essas confusões nos aeroportos tem me deixado cada vez mais estressada; não só a mim, mas a centenas de passageiros que perdem a paciência devido ao descaso das companhias aéreas e os órgãos responsáveis pelo nosso deslocamento através destes lugares, chamados aeroportos, que deveriam facilitar as nossas vidas. Os Aeroportos deveriam ter o dever de nos proporcionar estadias agradáveis, contudo os mesmos vêm transformando isso em momentos de pura tensão e descontrole emocional.
Pensemos agora em toda ação que devemos praticar no momento em que saímos de nossas casas com o objetivo de pegar um avião... Então comecemos a falar sobre os estacionamentos, que cobram preços absurdos, permitem a entrada do veículo, e quando procuramos uma vaga, dificilmente a encontramos.
Geralmente as companhias aéreas solicitam que os passageiros cheguem ao local de embarque com uma ou duas horas de antecedência. E não é difícil para quem vai viajar, sair de casa com pressa, porque o dia se tornou curto para resolver tantas questões pessoais, portanto chegar ao aeroporto com fome, não é novidade. Chegamos então ao problema de número dois.
Focaremos nos alimentos por se tratar, muitas vezes, de uma necessidade. Os preços dos alimentos, ou de qualquer outro produto dentro de uma loja, em qualquer aeroporto do país, são extremamente elevados.
Pagamos de R$ 4 a 5 reais por um cafezinho, ou por uma garrafa de água mineral de 300 ml; o mesmo acontece com uma coxinha, uma fatia de bolo, um pãozinho de queijo ou até mesmo uma cartelinha de chicletes... Tudo com preços superfaturados. Os lojistas alegam que isso se dá devido aos altos custos pagos pelos aluguéis das lojas, e este preço é repassado para os clientes no valor dos produtos. Fica também aquela questão: Se nós clientes só temos essa opção, os comerciantes aproveitam a oportunidade. No final, nós nos sentimos definitivamente ROUBADOS.
Passemos agora por um ponto crucial... As constantes trocas de portões de embarque, e a pouca falta de informação; transtorno que se torna pior no caso de estarmos fazendo uma conexão. O Aeroporto de Brasília é um dos piores neste assunto. O cliente tem que desembarcar e embarcar novamente sem qualquer informação dos funcionários das companhias aéreas, as quais pagamos caro pelo serviço. E o pior de tudo é que, na hora de reembarcar, eles, se quer, pedem a identidade para conferir se o cidadão é realmente é o verdadeiro passageiro. Falha total na segurança.
As constantes trocas de portões já virarão rotina nos nossos aeroportos. O cliente acaba de emitir o bilhete com o número do portão, depois de passar horas nas filas dos check - in's, e quando chega ao portão previsto, automaticamente este muda o número no painel e o passageiro tem que ficar pedindo informações, a qualquer pessoa que passe na sua frente, para saber de que lado fica o determinado portão. Isso porque nunca aparece um funcionário para ajudar.
O ruído produzido pelas falas dos agentes de viagem,através dos microfones, que ficam fazendo as chamadas dos passageiros, ou avisando as trocas dos portões, torna insuportável qualquer tipo de concentração ou comunicação em determinados espaços. Mais parece uma feira de rua. É um barulho ensurdecedor, onde muitas vezes nem dá para entender o que eles estão falando.
Corredores lotados. Chegou à hora de embarcar! Hoje em dia tudo virou privilégio para grupos distintos de pessoas. As companhias aéreas começam a chamar para o embarque pessoas com necessidades especiais, e depois os clientes "ESPECIAIS"; quando, na verdade, eu achava que TODOS os clientes fossem especiais.
Agora eles inventaram que os clientes que desejarem um pouco mais de conforto nos espaços das aeronaves, devem pagar uma taxa extra para ocupar os acentos das primeiras filas e os das saídas de emergência. Isso porque os espaços entre os acentos comuns são extremamente apertados e desconfortáveis.
Se torna uma grande tontura viajar durante 4 horas em um voo doméstico, comum da madrugada, sentado na cadeira do meio (geralmente nas E e D). Não tem como mudar a posição do pescoço nem dos braços, além de ser um transtorno ter que acordar o colega ao lado para pedir que o mesmo levante para que se possa caminhar até o toalete. Chega a ser constrangedor.
O nosso próximo assunto está relacionado aos Lanchinhos servidos nas aeronaves. Isso quando os servem, porque já existem companhias aéreas que nem isso faz mais, como por exemplo, a Webjet, que vende até um copo com água. O que falar dos micros saquinhos de amendoim doados pela Gol!? Eu digo "DOADOS", no pior sentido da palavra... Tipo esmola. Ninguém merece aquele amendoim ou aquela barrinha de cereais depois de passar horas sem poder se alimentar direito, pois estamos engajados em um processo longo e cansativo que inicia ao sairmos de casa até conseguirmos sentar no banco da aeronave. Antes não servissem nada, ou cobrasse uma taxa em cima do preço da passagem para servir bem os seus clientes no serviço de bordo e garantir a fidelidade e o conforto dos mesmos.
As empresas que ainda possuem um bom serviço de bordo são a Tam, a Trip e a Azul. E nós esperamos “que seja eterno enquanto dure”.
Chegou a hora do desembarque. Piração total! Todo mundo levanta eufórico para chegar primeiro à esteira para retirar sua bagagem. Qual esteira? O problema é que as filas são completamente desordenadas e muitas vezes você fica olhando sua mala indo e vindo, sem poder chegar perto delas, isso porque o acesso está bloqueado pelas pessoas e pelos carrinhos. As bagagens são JOGADAS nas esteiras pelos funcionários das companhias aéreas, onde muitas vezes ficam danificadas. Quando o dano não é externo, passa a ser nos objetos internos da bagagem, e o passageiro só percebe estes danos quando chega ao seu destino final. Já cheguei a receber todas as minhas coisas em um saco preto de lixo, porque os funcionários da companhia aérea deixaram minha mala cair. A revolta é tão grande que, em determinadas situações, as pessoas perdem até a reação. Ficam imobilizadas.
Na saída do desembarque nenhum funcionário do aeroporto pede um documento para conferir se a bagagem que você está levando é realmente sua, ou se não foi trocada por alguém. Isso é fato em todos os aeroportos do Brasil, ainda não conheci nenhum diferente. A Infraero diz que a responsabilidade é da companhia aérea, e os funcionários das companhias áreas desaparecem depois que descemos do avião. A quem devemos recorrer?
Ir ao toalete do aeroporto, quando se está viajando sozinho, não é uma boa dica. E a pergunta que surge é: “Quem vai olhar minha mala, minhas coisas?”. Deveria haver espaços maiores para que pudéssemos entrar no banheiro com as nossas bagagens. Poucos são aquele que oferecem um suporte para pendurar a bolsa no momento em se fecha a porta. Eu nem preciso falar das condições de higiene, que deveria ser fundamental e que, em muitos aeroportos, são bem precárias.
Na saída do aeroporto nos debatemos com filas enormes para pegarmos um Táxi, e os motoristas se aproveitam desta situação para superfaturar os preços das tarifas. Além disso, ainda cobram uma taxa extra de acordo com o número de bagagem que você carrega. Isso quando eles não ficam dando voltas na cidade para aumentar o valor da corrida.
Semana passada cheguei em Rio Branco/AC, onde descobri que os preços dos taxistas são fechados. Independente do seu destino final os taxistas cobram R$ 65,00 à corrida. No mês de Abril paguei este mesmo preço em Salvador. Destino? Aeroporto, rodoviária. Um assalto! Na capital soteropolitana, bastou dizer que vai para o aeroporto a bandeira sobe para '2'. Independente da hora e do local que se esteja.
Chegou a hora mais esperada, depois de tanto transtorno... Agora podemos pensar em descansar. Onde? Em um hotel bom com um preço acessível. Daremos início então a mais uma missão impossível!
Creio que devido às proximidades do evento da Copa do Mundo e das Olimpíadas que o Brasil sediará nos próximos anos, os hotéis vêm treinando o aumentando de suas diárias cada vez mais, tirando proveito da situação. Seria até cabível essa atitude se os mesmos oferecessem condições de uma boa hospedagem aos seus clientes, e investissem cada vez mais em melhorias, contudo não é assim que funciona o processo.
Os hotéis são antigos e levam o ranço da velhice as cortinas, nos móveis e etc. Oferecem uma estética totalmente diferente do que se apresenta nos sites da internet. Os quartos mais acessíveis custam entre R$100 á 150 reais. O problema é que dificilmente eles atendem as boas condições de higiene e conservação do lugar.
Os problemas mais comuns a serem encontrados consistem em: Paredes sujas, mofadas ou com tinta descascando; chuveiros danificados, esgotos com odores insuportáveis devido ao tempo de uso sem manutenção, iluminação mal distribuídas entre os espaços, lençóis coloridos com o objetivo de esconder a sujeira e o desgaste (sem contar as colchas que são lavadas uma vez por ano que matem um odor do mofo impregnado), televisões e controles remotos com botões quebrados, e por aí vai. Quando o hotel custa menos de R$ 120,00 reais a diária, o cliente tem que preparar as pernas para subir e descer vãos e mais vãos de escadas, carregando as malas e as sacolas pesadas, além de ter que se submeter a ficar sem frigobar e/ou ar condicionado.
Os Hotéis que servem comida, nos deixa meio sem saída, pois temos de nos preparar para pagar uma conta absurda no Check-out. Uma garrafinha de água de 350 ml chega a custar até R$ 4 reais, e um prato de comida varia entre 12 à 60 reais, ou até mais. Enfatizo que se trata de um prato feito. Sair para almoçar em um restaurante, também pode custar muito caro.
Dentre todos estes fatos citado, podemos concluir que viajar à turismo continua sendo atividade para uma classe de pessoas com rendas mais favorecidas. Um pai de família assalariado, dificilmente poderá se dar ao luxo de viajar de férias com sua família e manter um conforto básico, embora as companhias aéreas, hoje em dia, estarem oferecendo promoções nos preços das passagens e acúmulo de Milhas.
Os exemplos de preços citados acima são os mais comuns para quem vive viajando a trabalho e fica dependente das diárias que lhes são oferecidas pelas empresas. Se já é difícil para quem está à trabalho, imagine para quem deseja se divertir!
Se pararmos para analisar todos os custos e os transtornos pelos quais temos de passar, desde o momento em que saímos de nossas casas, até chegarmos aos nossos destinos; viajar se torna uma tarefa estressante e muito cara para qualquer cidadãos comum.
Apesar de as companhias aéreas estarem facilitando o acesso a compras de passagens, elas estão esquecendo que existe toda uma logística a ser estudada; e muito mais do que isso, melhorada, para que este acesso das menores classes sociais possa realmente ser possível.
A minha maior preocupação é de como teremos de lidar com isso quando estivermos vivenciando, realmente, os grandes eventos esportivos que estão por vir. Nossos aeroportos não estão suportando a nossa demanda, nossos hotéis estão nos explorando e nós não estamos mais suportando essa situação desde já. Providencias devem ser tomadas, e enquanto isso não acontece, nós vamos dando aquele conhecido “jeitinho brasileiro” e esperando que os responsáveis tomem as providências cabíveis para organizar e melhorar este processo.
A quem recorrer? Fica a pergunta.
A minha maior preocupação é de como teremos de lidar com isso quando estivermos vivenciando, realmente, os grandes eventos esportivos que estão por vir. Nossos aeroportos não estão suportando a nossa demanda, nossos hotéis estão nos explorando e nós não estamos mais suportando essa situação desde já. Providencias devem ser tomadas, e enquanto isso não acontece, nós vamos dando aquele conhecido “jeitinho brasileiro” e esperando que os responsáveis tomem as providências cabíveis para organizar e melhorar este processo.
A quem recorrer? Fica a pergunta.
Fico por aqui, e prometo que em breve estarei postando boas dicas de viagens. Isso incluirá hotéis, restaurantes, pratos, lugares para passeios, um pouco da história das cidades, truques básicos de como arrumar melhor a sua mala, dentre outros.
Cheiros e beijos meus blogueiros viajantes. ;)
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