sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Pronto, Falei!

Não é que eu não tenha nada a dizer, é que eu não sei se vale a pena...
Ta todo mundo tão ocupado e preocupado com si mesmo, com o próprio umbigo, que a cada dia eu fico mais descrente da humanidade. E a dúvida que me cerca é: O que será que vale a pena hoje em dia?

A competição inicia na infância, quando nossos irmãos escondem um doce no fundo da geladeira para que ninguém mais ache (nem eles); ou quando temos que pegar uma peça de roupa deles e usarmos escondido, porque quando eles descobrirem... Ficaremos descobertos. #QuemNunca?

Aí você cresce ainda despreparado para enfrentar o mundo (mesmo com toda ajuda cretina de seus irmãos) acreditando que todos os seus amigos de infância serão eternos e que, o máximo que pode acontecer é este grupo aumentar cada vez mais e você não ter dinheiro para dar tantos presentes de aniversário... Quando a idade vai chegando, percebe-se que nem a metade daquele grupo faz mais parte de sua vida. Pior, nunca mais você irá encontrar pessoa com o mesmo perfil de quando você era criança, pois a inocência nunca fica maior de idade. Cada adulto tem os seus interesses.

Conseguir amigos fiéis após os 20 anos de idade é, de fato, uma tarefa para o Super Homem ou para a Mulher Maravilha, ambos dotados de super PODERES (se é que você me entende)... E, mesmo assim, isso não é uma garantia, pois atrelada aos interesses está a ingratidão.

O que tem sido valorizado hoje em dia são os números de curtidas nas selfies. Se o número for considerado bom, a pessoa passa a acreditar que és um sucesso... Mera ilusão... Geralmente quem curte está querendo ser curtido, é só uma constante troca de terceiras intenções. 


Com o auxílio das redes sociais como ferramenta de comunicação, a maioria de seus amigos se tornaram “artistas”, “modelos”, “pesquisadores”, “professores”, “filósofos”, “críticos sociais”, “amantes da natureza”, e, dentre tantas outras atuações, destaca-se o apelo religiosos e contemplação da moral e dos bons costumes (bem diferente do que mostra sua página de fotos)... Falar “eu amo” nunca foi tão fácil, difícil mesmo é demonstrar.

Então você posta que está triste, e recebe uma chuva de mensagens divinas acompanhadas de uma ‘carinha feliz’. Quanto aos atos divinos, ninguém pratica de fato. Quando te perguntam “o que aconteceu?” é, simplesmente, por curiosidade.

Aí você posta o oposto. Mostra que está feliz e que algo de muito bom aconteceu na sua vida. E a situação se repete, com a diferença de que o sentimento atrelado a estas mensagens são cada vez mais falsos. É quando eles dizem “Fico feliz por você!”. MENTIRA! Fica nada! Fica é se perguntando “porque aconteceu com ele e não comigo?”. No dia seguinte ele posta: “Livrai-me dos olhos do mal”; “Não conte suas vitórias, a inveja tem facebook”... E eu me pergunto o tempo todo: Onde está a humanidade dessa humanidade? Isso porque, tudo aquilo que se posta, são projeções de personalidade. A palavra Selfie, nunca foi tão bem colocada. 

Diante deste cenário onde todos estão atuando em busca dos aplausos, eu tenho curtido menos as redes e evitado falar, pois estou vulnerável a tudo isso. Tenho optado por escrever e-mails, ou falar ao telefone e pessoalmente.

Não me interessa saber o que os meus “amigos” comeram durante o dia... Eles não me convidaram... Muito menos onde eles foram, porque eles não e chamaram...  E, inacreditavelmente, quanto mais distantes de mim eles estão, mais detalhes eu sei sobre a vida deles. Quanto às suas personalidades... Só retrocedendo minha idade para poder analisar.

Viva a tecnologia!!!

 Mas VIVA sem ela também!

E como eu não tenho mais à falar, encerro com a famosa palavra do filme Mary Poppins...

Supercalifragilisticexpialidocious
https://www.youtube.com/watch?v=YzkFE7CkpRQ

 #Preocupada 

# ProntoFalei
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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Produthora Miscelânea



Você já Conhece a Produtora Mais completa da Bahia?


Pois é! Ela ESTÁ atuando, Não Só na Bahia, Como No Brasil Inteiro. Estou Falando da Produthora Miscelânea. Aquela Que ópera das Artes em Diversos campos, os tais com: Fotografias, vídeos, Desenvolvimento de Figurinos, Produções Artísticas, Desenvolvimento de Roteiros e Releases, Desenho Gráfico, Identidade Visual, dentre muitos Outros. Todos Serviços SO PODEM SER consultados atraves da Página: http://produthoramiscelanea.blogspot.com.br/

La Voce perceberá Que, Além de Tudo Mais ISSO, AINDA há Atuação em Dois campos IMPORTANTES voltados par o campo Empresarial, SEJA OU: Consultorias Relacionadas Pará como áreas de design, Moda e Têxtil; Além de Contar com o Observatório Cultural de Comportamento e Consumo.
Miscelânea é Isso, misturar Todas As artes em Um Só lugar.
  
Pra você Leitor, Que Já me Conhece e me acompanha Ao Longo dos anos, Aqui e NAS redes sociais, E Importante ressaltar that this E Mais uma Realização de hum grande sonho. Pois Eu Não Sabia Como juntar todos os meus aprendizados em Um Só lugar, comi surgir à ideia de Fundar uma Produtora, Que, com a Permissão da Licença poética, ágora Passa a Ser conhecida Como Produthora, inserindo um 'h' letra na Palavra, objetivando dar Diversidade Ao Nome e facilitar como buscas na internet; Onde Os Meus Trabalhos, ágora somados AOS de Uma Equipe extremamente Competente (e Quem Me Conhece SABE que sou exigente) Uma ganham Dimensão AINDA Maior e PODEM Ser Vistos atraves das seguintes redes sociais:


Todas ELAS encontram-se lincadas à página http://produthoramiscelanea.blogspot.com.br/ , Onde Tudo PODE Ser visualizado, curtido e, Melhor AINDA, compartilhado.
Torco Pela hora de ver como Páginas Bombando NAS Redes, COM centenas, Milhões de acesos; Como tal a Minha page Pessoal do Google+ Que Conta com Quase hum Milhão e Meio de Acesso; e eu agradeço a Deus ISSO, eA Todos Que curtem Meus Trabalhos.
Vejo VOCÊS por aqui (MAIS Intimamente), NAS redes sociais, e atraves da nova lente que me focaliza e me Projeta ... Produthora Miscelânea.

Ate lá!
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quarta-feira, 16 de julho de 2014

Atuação dos Profissionais de Moda no Brasil é Preocupante

O Perfil do Consultor ...



Afinal, o Que É UM consultor de Moda?

E perceptível  O Crescimento impulsivo dos Profissionais de moda no Brasil. Seria Ótimo se NÃO Fosse Tão preocupante o Perfil destas PESSOAS Que acabam de se Formar e Já se consideram Especialistas não ASSUNTO. Acredito Que ISSO aconteça devido Ao Fato de muitos, Que Nem formados de São Paulo, e na that possui QUALQUÉR Experiência no Mercado, denominarem-se "Conhecedores da Moda". Que Moda E ESSA?

ESTA na moda Dizer Que entende de moda. Todo Mundo Que Tem Certa Afinidade com o ato de vestir-se, a Ágora possui Um Blog OU UM PERFIL NAS Redes sociais e de se denominam especialistas não ASSUNTO. Muitos AINDA conseguem Quadros na Televisão ...

São infinidades de blogs com "look do dia", Além de centenas de Ofertas de Serviços de estilistas pessoais, OU ATÉ MESMO, Consultores . Aviso aos navegantes that Pará POSTAR Imagens (geralmente Pessoais) atraves dos Meios Digitais, Não Precisa ter Conhecimento Sobre moda, e sim Dinheiro na Conta pra Poder Adquirir os looks Mais modas das vitrines e POSTAR Onde Quiser. ISSO nsa lev Ao Segundo Ponto: Quem Disse Que moda ESTÁ APENAS relacionada Ao Que É Novidade e Ao Que Custa caro? Alto La minha querida, uo meu querido internauta! Uma Coisa nada TEM a ver com A Outra. Saber cantar no banheiro NÃO Faz da Pessoa Uma musicista, Muito Menos hum artista.

De Todas As Grandes Questões Que envolvem os tais Atos, minha Maior Preocupação NÃO ESTÁ voltada AOS Que Nunca cursaram hum oficina Relacionado Ao ASSUNTO, or Muito Menos Uma Faculdade; POR APENAS dos estes eu lamento Pela Exposição Inútil, desnecessária; ATÉ Porque tentar gostos Impor Pessoais nsa Outros E algo Que Não se aplica Mais, Faz ritmo. Me preocupo E Com OS Que acabam de Sair da Faculdade e sem Nunca Terem pisado OS Pés em Uma fábrica DE ROUPAS, se dizem Especialistas. Alias, CONSULTORES DE MODA!

Analisando a Rede Minha sociais Esta Semana me deparei com Mais de 90% de conhecidos da área Que se denominam "Consultores de Moda". Tudo Bem that Alguns Deles até já trabalharam EM Uma OU DUAS Fábricas - Outros comeu montaram marca Própria Antes Disso (O Que NÃO Significa ter Experiência) - mas è Muita Falta de humildade se achar Capaz De Chegar a QUALQUÉR Empresa de confecção e Conseguir, Além de identificar, resolver QUALQUÉR Problema de QUALQUÉR área, ISSO Porque uma área de Desenvolvimento de Produto vai Muito além de Fazer Desenhos "Criativos" e mandar para à prototipagem. Ninguem Melhor do Que OS PROPRIOS Empresários do Ramo Pará citar OS principais Problemas Diários, Quais os, muitos destes, NEM MESMO ELES Sabem de onde vem e Onde Vão Parar.

A maioria Desses Colegas de profissão desconhece o Fato de Que, Para Ser considerado hum consultor, TEM that ter Conhecimento pleno de SUA área de Atuação, Além de grande Experiência. A Faculdade Ensina o Certo, mas e Com OS Erros da Prática Que se Aprende. O Que Não É legal, Muito Menos Faz SENTIDO, E QUANDO errar Sé e pago Para resolver Problemas e NÃO cria-los UO prolonga-los. 

E ATÉ Perigoso, tanto o Pará Profissional, Pará Quanto o Empresário, uma Ação de Uma consultoria when o Profissional Responsável Pelo Processo NÃO possui Experiência Para detectar e resolver os tais Problemas. Consultoria, Experiência e Prudência devem Caminhar Lado a Lado, POIs O Que ESTÁ envolvido, não final de todo o Processo, E o Lucro fazer Empresário e Nome do consultor, Que Sera Responsável POR Todos Os Resultados obtidos.

Como consequencias Para O Mercado São gigantescas, POIs, centenas e milhares de ATÉ Profissionais de moda e Design Recém-formados São lançados no Mercado Cada um semestre em TODO Brasil. Mercado este that ATÉ meados da Década Passada era insistente de Profissionais graduados na área, POIs NÃO existiam Cursos Superiores do Pará Tais Modalidades - No Máximo hum Curso técnico de estilismo - Como funcionava Uma forma de Herança de Conhecimento e maquinários de pais Pará Filhos, de Mães Filhas do Pará, de Avós e Netos Pará Netas, é Assim sucessivamente.

Para Tirar ESTA Dúvida basta perguntar AOS Empresários Mais Antigos nenhuma Mercado Como ELES começaram, eA maioria DELES responderão: "casa começei costurando em, Porque eu via Minha Mãe OU Minha Avó costurando". "Começei costurando pra mim, E Depois passei a vender de para amigos Meus ...". A maioria DELES nunca fez hum Curso técnico na área, Muito Menos superior, e when decidiram Fazer, escolheram se especializar na Parte Administrativa. A Criação FICA Parte de um Mercê de SEUS gostos Pessoais, uo da Prática da Cópia. Entao Vem como Estatísticas e apontam Que o Prazo Máximo parágrafo Uma Pequena Empresa de confecção Sobreviver nenhuma Mercado E de penas 5 anos. ISSO Significa Dizer Que se um MESMA NÃO se renovar e NÃO atingir OS Padrões do Mercado fecham como Portas em pouquíssimo ritmo. E Onde Está a Renovação se NÃO nenhum Conhecimento?

Por Mais Que Pareçam irrelevante, o consultor de moda TEM Que, Além de sabre Estudar a Empresa e SEUS
Objetivos, entendre Bem de Estruturas de Tecidos, maquinários, Aparelhos, Métodos de costura, ACABAMENTO químico, Programas computadorizados, balanceamento de Produção e misture de Produtos, Modelagem, fornecedores, projeto Estratégico, Marketing, Alvo Público, Pesquisa e História ... Tudo O Que Facilité e Torne Possível O Processo de Desenvolvimento e Construção do Produto Como hum TODO. Citar nomos de estilistas famosos e Os modelos de SUAS Últimas Coleções, Não Faz fazer Profissional hum consultor.

Enquanto a maioria dos "Profissionais" acreditarem Que Moda se definir APENAS atraves das Formas e Tendências (SEM NEM saberem de Fato o significado de 'Tendência'), O Que teremos e Um Mercado FECHADO PARA OS amigos e Familiares dos Empresários, copiada Uma moda , eA China Como principais concorrente.

Contudo, O Que Esperar de Uma área Que trabalha constantemente Desenvolvendo o ego de Quem Faz e de Quem EUA?


http://lucimaripaixao-designer.blogspot.com.br/2012/08/designer-de-moda-uma-profissao.html
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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Filme Medianeras. Pra Mim e Pra Você!


... Então eu dei uma sumida temporária aqui do BLOG para tentar me desvincular um pouco da sociedade massacrante em que vivemos (se é que isso é possível). Nunca sabemos ao certo quem são as pessoas que nos cercam e o que elas querem realmente de nós. E quanto mais pensamos que somos capazes de conhecer e entender os outros, é que descobrimos que não conhecemos nem a nós mesmos.

Achei que eu fosse forte e “imbatível”, e que estaria preparada para qualquer situação inesperada, afinal eu sou uma pesquisadora profissional de comportamento e consumo. Porém, dessa vez, eu fui a nocaute por uma decepção.

Sempre preferi pagar o preço por ser verdadeira. Isso significa dizer que falo o que o que penso, luto pelos meus direitos, me afasto de quem não me faz bem, só como e bebo o que eu gosto (não bebo e não fumo), não faço nada que me desagrade para agradar ninguém, não vou a lugar nenhum se eu não estiver com vontade... E assim vou levando a vida, sem passar por cima de ninguém, sem tirar proveito de situações duvidosas, sem trair a confiança das pessoas que me cercam... E o preço é bem alto!

O fato é que aproveitei este tempo para dar um pulso aos meus projetos e refletir sobre a vida como um todo. Neste meio tempo me deparei com um filme argentino lançado em 2011, isento de superprodução visual, porém com uma superprodução no texto e no roteiro que me fez refletir sobre meu problema em relação a essa sociedade mesquinha, doente e traiçoeira chegando a conclusão de que este mal vem atingindo a muitas pessoas.

O filme se é intitulado como: Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Virtual

Em uma busca no Google atrás de filmes leves para distrair minhas ideias, alguém indicava o filme MEDIANERAS. Busquei por esta palavra e dei um clique no primeiro vídeo que apareceu na pesquisa. Confesso que eu só fui ler o título completo depois que terminei de ver o filme, e tenho certeza de que se eu o tivesse lido desde o começo, jamais teria assistido, pois teria concluído que se tratava de um clichê daqueles que estamos acostumados a ver em comédias americanas. Que bom que eu não li, porque fui hipnotizada desde o primeiro plano que apareceu na minha tela.

O filme inicia mostrando imagens da arquitetura de Buenos Aires e segue com a narração do personagem Martin, interpretado pelo ator Javier Drolas, que passa a traçar um grau comparativo entre a arquitetura dessa cidade e da sociedade que nela habita.

Eu, uma apaixonada por arquitetura e pesquisadora social, não consegui mais tirar os olhos da tela, pois foi uma identificação imediata; e enquanto Martin fazia suas comparações entre os edifícios e as pessoas, eu fazia a relação entre o contexto do filme, os dois protagonistas e a minha vida. Eis aqui a razão desta postagem.
Achei necessário incluir a fala dos quatro minutos iniciais do filme para que se faça entender melhor do que se trata. Muito mais devido a sua intensidade e veracidade. Segue:

“Buenos Aires cresce descontrolada e imperfeita. É uma cidade superpovoada em um país deserto. Uma cidade onde se erguem milhares e milhares de edifícios sem nenhum critério. Ao lado de um muito alto, tem um baixo. Ao lado de um racionalista tem um irracional. Ao lado de um estilo francês te um sem estilo. Provavelmente estas irregularidades nos refletem perfeitamente. Irregularidades estéticas e éticas. Estes edifícios que se sucedem sem lógica demonstram nossa total falta de planejamento. Exatamente assim é a nossa vida que construímos sem saber como queremos que fique.”

E dentre algumas frases específicas sobre a cidade de Buenos Aires, ele continua...

“Os edifícios, como muita coisa pensada pelo homem, servem para diferenciar uns dos outros. Existe o frente e o "contrafrente". Pisos altos e pisos baixos. Os privilegiados são identificados pelas letras A, às excepcionalmente B... Estou convencido que a separação e o divórcio, a violência familiar, o excesso de canais a cabo, a falta de comunicação, a falta de desejo, a apatia, a depressão e os suicídios, as neuroses, os ataques de pânico, a obesidade, a tensão muscular, a insegurança, a hipocondria, o estresse e o sedentarismo são culpa dos arquitetos e empresários da construção.”

Nas minhas aulas na pós de audiovisual eu já tinha ouvido falar que os edifícios são também considerados mídias. Pois estes “dizem” exatamente onde estamos e qual é o nosso lugar perante a sociedade. E esta análise descrita por Martin não se reduz apenas a cidade de Buenos Aires, e sim a toda grande metrópole.

O protagonista do filme faz parte do meio maior, ou seja, é pouco privilegiado em relação ao tamanho e disposições de seu apartamento. Trabalha em casa desenvolvendo sites e sofre de fobia e de todos os outros males que o mesmo descreveu nas frases acima.  Martin diz que o único destes males que não sofre é o suicídio, contudo esta questão é relativa, pois o mesmo, após repetitivos ataques de pânico praticamente se matou perante a sociedade quando decidiu trabalhar em casa e cortar de sua vida, durante dois anos, as ações mais comuns do dia a dia, inclusive se deslocar por meio de carro, ônibus, metrô e avião. Ele mora sozinho e se limitou a viver na frente da tela de seu computador; através deste meio digital faz compras, pede comida, “constrói” relacionamentos (ou pelo menos tenta), joga... Seu psiquiatra diz que és um fóbico em recuperação.

Analisando a minha vida, ultimamente eu tenho vivido praticamente da mesma forma. Trabalho em casa com o auxílio constante do computador e faço a maioria das minhas compras via internet, também jogo, mas nunca pedi comida, pois cozinhar é um dos meus grandes prazeres... Só desisti de construir relacionamentos via rede social, pois tenho excluído mais pessoas do que tenho adicionado.

Voltando ao filme... Como forma de tratamento sobre o medo da cidade que seu paciente sofre, o psiquiatra sugere que o mesmo passe a tirar fotos como uma maneira de redescobrir a cidade e as pessoas.
Aí está mais um ponto de identificação entre o filmem e eu. Sou fotógrafa profissional e utilizo das minhas lentes para observar o mundo de outra forma. E no desenrolar da cena percebo outro ponto de identificação, que é a paixão de Martim pela música. Só no ipod ele carrega 8.000 interpretações; assim como eu, que tenho como grande hobby o canto e da dança. De fato, acredito que a fé e arte salvam.

Aos sete minutos e 40 segundos começa a apresentação da segunda personagem que leva o nome que possui uma junção do meu e o de minha mãe, Mariana, interpretada pela atriz Pilar López. Ela tem formação em arquitetura, porém trabalha como vitrinista de lojas de roupa.

Eu ensino sobre esta profissão aos meus alunos, pois minha formação é Design e Moda.

“Se minha vida fosse um jogo, caberia a mim o castigo de voltar cinco casas.” Assim começa a personagem descrever sua vida.
Passei então a refletir sobre esta ideia... Se a minha vida fosse um jogo eu voltaria para a cidade anterior, da qual saí faz dois anos.  A cidade maravilhosa me permitiu exercer minha profissão em paz e conhecer outras cidades e sociedades ampliando meus graus comparativos sobre muitas questões. Talvez por isso eu não tenha tido ataques de pânico... Ou será que tive?

Poucas pessoas conseguem entender o fato de eu ter saído da segunda maior metrópole do país para ir morar em uma cidade metropolitana oriunda da terceira maior cidade do Brasil, com pouca mais de 170.000 habitantes. 

Na sequência, Mariana diz que o fato de ela estar dentro de um Planetário observando o universo, faz com que se ponha em seu lugar ao se perceber pequena em relação à imensidão da terra e das galáxias.

Na comparação, entendo que o fato de eu ter viajado o Brasil inteiro conhecendo cidades de todos os tamanhos e pessoas de todas as classes, também me serviu como antídoto para entender que meus problemas não são superiores aos dos outros e que a felicidade pode estar em pequenas coisas. Esta questão é muito bem ilustrada no filme quando Mariana se compara ao personagem Wally, do livro britânico Where's Wally? (Onde Está Wally?). Um pequeno cidadão perdido entre milhões de pessoas.

Martin tem como companhia domiciliar o pequeno cachorro peludo deixado por sua ex-namorada.
Minha cadela se parece muito esteticamente com o cachorro de Martin e tem uma função crucial na minha
vida, nunca me deixar sentir sozinha. Papel que ela cumpre com total competência. Assim como Susú, Dandara também tem medo de sair na rua e se esconde todas as vezes que algum estranho se aproxima, pois foi criada em apartamento e veio pra mim quando já tinha 7 anos.

Mariana sofre pelo término do seu relacionamento de quatro anos e encontra-se amontoada entre os objetos que fazem parte de sua mudança de apartamento e seus sentimentos.

Quando terminei meu relacionamento, há 2 anos, com meu ex que leva o mesmo nome do ex de Mariana, me senti aliviada, pois, assim como ela, eu também não o conhecia de fato. Nunca sabemos se as informações que eles postam em suas redes sociais são verdadeiras; sendo assim, criamos expectativas e depois percebemos que o mundo virtual é ilusório. Prestes a mudar de casa, com todos os objetos embalados, mudamos, não só de casa, como de cidade e de amores. 

O ápice do filme é quando Mariana e Martin, que ainda não se conhecem, resolvem abrir uma janela na parede cega (medianeira) de seus apartamentos. Uma ação ilegal mas que lhes são vistas como uma rota de fuga da escuridão e da solidão que são suas vidas. Ambos fazem questão de tomar as ferramentas dos profissionais e quebrarem parte da parede com total sensação de prazer. Isso funciona como se fosse uma ação da quebra da corrente de um presidiário que anseia por sua liberdade. Só a partir deste momento Mariana consegue arrumar os objetos de sua mudança e abrir a janela de sua alma e de sue coração.

Fixada na vista de sua janela mariana questiona: “Quando iremos ser uma cidade sem fios? Que gênios taparam o rio com prédios e o céu com cabos? Tantos quilômetros de cabos servem para nos unir ou para nos manter afastados, cada um em seu lugar? A telefonia celular invadiu o mundo prometendo conexão sempre. Mensagens de texto, uma nova linguagem adaptada para dez teclas que reduz uma das línguas mais lindas a um primitivo, limitado e gutural vocabulário. “O futuro está nas fibras ópticas”, dizem os visionários. Do seu trabalho poderás esquentar sua casa. Está claro que ninguém vai te esperar com a casa quentinha. Bem vindo à era das relações virtuais!”.

E é através da luz desta nova janela que ela, em fim, encontra Wally, aquele que ela buscava em seu livro
desde criança.

Foi neste momento que percebi que, ao contrário de me trancar, preciso abrir novas janelas. Por isso deixei só de projetar e passei a por em prática minhas ideias. Basta esperar para ver os resultados.

De uma coisa eu tenho certeza: enquanto minha vida virtual estiver offline, minha vida real será muito mais produtiva e realizada.  
Ficha Técnica:

Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Virtual
Duração: 95 minutos
Protagonistas: Javier Drolas (Martín) e Pilar López de Ayala (Mariana).

Link do filme no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=8ja-vEbiY1c


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COPA NO BRASIL 2014

E SOBRE O JOGO DO BRASIL X ALEMANHA...
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